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Por Que Devo Mudar?

Por Que Devo Mudar?

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Frequentemente, nós, gestores ou atuantes em QSSMA, não entendemos o porquê de alguns fatores tão simples não serem aplicados.

Continuo este texto com a visualização da Fórmula da Mudança, escrita por Beckhard, aqui adaptada, utilizando conceitos andragógicos. Com ela, passaremos a construir de modo mais simples a forma de captar um PROCESSO DE MUDANÇA e identificar os fatores que precisam ser fortemente estabelecidos para que venham a acontecer.

I x (V + V) x Pp x R > RM

  • I = Insatisfação com algo
  • V + V = Visão de Futuro + Vantagens
  • R = Reconhecimento do Meio
  • Pp = Pequenos passos
  • RM = Resistência à Mudança

Se os envolvidos em uma aplicabilidade de processo não se convencerem de que o modelo atual pode melhorar, que lhes será vantajosa a mudança, que melhorará e impactará positivamente nos resultados, a resistência será sempre muito elevada, não provocando o movimento necessário para a mudança.

Costumo dizer, em minhas dissertações sobre o tema, que a mudança imposta “TOP/DOWN” (hierarquicamente, de cima para baixo) não é duradoura, pois, normalmente, não convence e aumenta a resistência. Comprar produtos prontos de prateleiras não alcança a CULTURA e os VALORES de qualquer empresa. Então, vamos acolher nosso público os entendendo e produzindo algo que seja ACEITO.

Passamos por algumas etapas para criar tais programas, que serão descritas a seguir.

Fases Do Processo De Aprendizagem (P/ Richard Barret)

ZONA DE CONFORTO

É comum nos apresentarmos na Zona de Conforto, pois, já há um domínio das atividades, sabemos lidar com o meio e as tarefas já saem com certa naturalidade (sem muito esforço mental).

Automatizar algumas funções é necessário. O cérebro humano representa, aproximadamente, 2% do peso corporal e consome 20% do oxigênio e da glicose do organismo (Javier DeFelipe, pesquisador do CSIC). Em estado basal, o cérebro pode consumir 350 calorias em 24 horas, isso é, 20% do que costumamos gastar por dia (Inacio Morón, professor e pesquisador do Centro de Pesquisa Mente, Cérebro e Comportamento – CIMCYC). Ou seja, dormindo, podemos emagrecer se o cérebro estiver em atividade. Por isso, o cérebro cria caminhos que, por hábito de uso, se tornam comuns, reduzindo o consumo de energia.

Para que ocorram mudanças, tudo parece muito difícil, mas com o tempo e a prática, as atitudes e comportamentos se tornam mais simples, migrando, novamente, para a área de conforto.

Programas sustentáveis e duradouros passam por processos de NEGAÇÃO, RAIVA, NEGOCIAÇÃO e, por fim, a ACEITAÇÃO (desenvolvimento em plenitude, autorresponsabilidade e interdependência).

ZONA DE APRENDIZAGEM

Novas tarefas fazem com que entremos em demanda por um estado de maior atenção, foco total e gasto de energia (como já falamos anteriormente). O aprendizado de algo diferente/novo demanda, necessariamente, muita atenção e prática… com isto, perda de tempo e cansaço.

Muito provavelmente, haverá sabotadores (pessoais ou externos) e ocorrerão momentos de erros naturais gerando até dúvidas sobre a possibilidade de aplicação de determinadas ferramentas.

Mas, o mais importante é reconhecer que se está tentando fazer algo novo e diferente, e que isso demandará um pouco mais de esforço, atenção, prática e tempo até que todos os aprendizados sejam internalizados. A prática para um novo comportamento, naturalmente, fará com que ele vá migrando para a Zona de Conforto, até se tornar automático em algum momento.

Os cuidados que temos que ter com cada tipo de pessoa e entendimento do estado em que se encontram (sem julgamentos, mas, tentando entender, profundamente):

ESTÁGIO 1 – INCONSCIENTEMENTE INCOMPETENTE

Nesta etapa, encontram-se os completamente ignorantes em um determinado assunto ou competência. É comum, neste estágio, existirem indivíduos que, uma vez que não sabem que não se sabem, mantém as coisas da mesma maneira e permanecem fazendo o mesmo e da mesma forma. Para se adquirir consciência da necessidade de aprender algo é preciso que pessoas instruídas/responsáveis lhes informe que existe algo que não se sabem, ou seja, é necessário que seja dado um feedback.

ESTÁGIO 2 – CONSCIENTEMENTE INCOMPETENTE

Após o primeiro contato sobre uma competência ou regra, se percebe o quanto não se sabe. Aqui, se admite para si mesmo e, possivelmente, para os outros que há incompetência em algo. Esse estágio gera desconforto e muitas pessoas deixam de fazer o solicitado. A causa normalmente usada é a aplicabilidade e a perda de tempo para a adaptação ao aprendizado e para a execução de uma nova forma de se executar uma tarefa.

Para passar para o próximo estágio é necessário: Entendimento, Envolvimento, Participação, Treinamento, Aconselhamento e Planos de Ação.

ESTÁGIO 3 – CONSCIENTEMENTE COMPETENTE

Já há aptidão para esse novo comportamento ou habilidade. Ainda haverá necessidade da manutenção do foco e concentração, pois este é o processo de adaptação a nova competência. A competência consciente irá fazer as coisas certas, na ordem repetidamente certa, para se tornar uma habilidade/hábito.

Nesse estágio, ainda se está na Zona de Aprendizagem e, para passar para o próximo estágio, será necessário praticar até que a habilidade se torne inconsciente. Ou seja, praticar, praticar e praticar…

ESTÁGIO 4 – INCONSCIENTEMENTE COMPETENTE

Aqui, o novo comportamento ou habilidade já passa a estar automatizado. É o que chamamos de NEUROPLASTIA CEREBRAL (criado um novo caminho e uma nova habilidade). Adquire-se perfeição e a habilidade adquirida passa a ser um novo VALOR, se realmente entendida como útil e responsável.

Atenção: Quando se faz a mesma atividade por muito tempo e ela torna-se automática, pode-se cometer erros ou desenvolver “vícios” que podem não ser percebidos. Portanto, nesta etapa, é válido reavaliar constantemente as ações e comportamentos e procurar por feedbacks constantes para saber se o caminho está certo.

Porque entender isto é importante para se elaborar os programas de QSSMA?

Por que, em muitos momentos, para os indivíduos, alguns comportamentos e conceitos não condizem com suas realidades fora do ambiente de trabalho, e a habitualidade não se aplica em todos os sistemas que nossos colaboradores estão inseridos. Portanto, nós, que estamos nos preparando para sermos líderes em QSSMA, precisamos, primeiramente, compreender que, ao aprendermos novas ferramentas e conceitos, teremos que trazer um olhar compreensivo para os ritmos, condições sociais e para as velocidades de retenção e entendimento das diferentes pessoas.

Por Luciano Machado

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